Mísera criatura

Não me chame de poeta, meu senhor

pois não sou

Sou apenas uma mísera criatura que brinca

com as palavras

mas que as sente com tamanho sentimento

que chega a doer até nas minhas veias.

Escrevo dores de tantos, decepções, tantas

angústias e amarguras...

Não meu senhor, não me sinto poeta

sou criatura errante, pecadora, que vivo vagando

tantas vezes perdida de meus quereres.

Vivo escondida nessa minha ilha com meus devaneios

e porque não dizer talvez, sonhos

Mas o que uma mísera criatura como eu ainda tem o

direito de sonhar?

Há algo aqui dentro que corrói minhas entranhas,

que arde sem parar, que vai rasgando e tomando

pra si o meu melhor...

Mesmo assim, meu senhor, ainda busco com uma

vontade voraz encontrar a harmonia em minha alma e

livrar-me de todo mal, todo veneno em meu corpo.

E assim será, não é, meu senhor?

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 14/02/2023
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