Porto Seguro

Sobre a perfeita criação reinou a imperfeição

E por nascermos em escuridão, ser bons tornou-se ficção.

Somos bestas sanguinárias forjadas pela lava

E moldadas com a clava.

Nascidos da tempestade,

Guiados pelos ventos da ambiguidade

E as correntezas da insanidade

Que nos levam a iniquidade.

Há alguém que seja bom de verdade?

Qual a dificuldade de sorrir e estender a mão com bondade?

Navegando pelas águas

Um pensamento me guia para o futuro,

Vendo um sonho eterno

Onde a luz da liberdade clareia sobre nossas almas

Que são tingidas com o tom escuro da perversidade.

Meu navio está afundando,

Mesmo se eu tentar

Não poderei fugir da realidade,

Um mundo ilusório e longe da fraternidade.

Há alguém que saiba a verdade?

Qual a dificuldade de agir com bondade

E tratar o próximo com seriedade?

Há um sonhador eterno que vive fora da realidade,

Uma fera que mira em sua presa sem piedade,

Um guerreiro que lança frechas atrás de seu escudo,

Um homem que tentar fugir do escuro.

Para todos que procuram um porto seguro,

Sinto dizer,

Não há raça pior que a humanidade.