QUARENTENA

Francisco de Paula Melo Aguiar

Trinta dias ou mais de folga!...

Viver sem trabalho, que agonia

O covid-19 é juiz sem toga...

É quarentena sem férias todo dia.

Para quem vive da labuta!...

Do trabalho constante noite e dia

É silêncio sepulcral do fim da luta

O hormônio da impaciência amplia.

O silêncio sem trabalho é egoísta

É como viver sem governo?...

Usa a pandemia e pousa de artista

E o estômago vazio fica a ermo.

A quarentena tem alma de donzela

E de como viver o governo?...

Sem disparar um tiro na cancela

É o calvário da vida a termo.

O trabalhador parado vive a ânsia

E o coronavírus dita à sentença da ação

Enquanto a justiça vive de instância

E o erário estatal distribui alimentação.

Cada discurso é uma fala...

Que muda com o protocolo do dia

E o povo faminto ouve e cala

Do criar e resolver crise, é a histeria.

É sofrimento para o desempregado...

Como a paixão de Cristo sem o santo ofício

Diante do calvário da fila para salvar o bocado

Enquanto o CPF é a cruz para receber o beneficio.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 09/04/2020
Reeditado em 09/04/2020
Código do texto: T6911530
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.