TEIAS
 
As teias de aranha
Rebrotam como ervas daninhas
Pelos cantos da sala,
Junto ao teto.

Olho para cima, e as vejo
Feito pequenos pontos negros,
A me olharem, quietas
Com seus muitos olhos.

Pisoteam meu bom senso
Com suas oito patas
Que eu sempre arranco
Vagarosamente.

Após algum tempo,
Elas voltam,
Como em um desafio,
Ato de escárnio
Ou ato falho...

Pego a vassoura e as esmago,
E volto a esmaga-las, todos os dias,
E as esmagarei, pelo resto da vida.



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 29/01/2019
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