flor de asfalto

Os pés suaves calçam o chão

e de hora em outra,

mãos sucintas mergulham no asfalto

um sonho urbano;

raízes anarquistas que destroem calçadas

lixos transbordantes e rebeldes

Asfaltos lambidos pelos pneus dos carros;

Olhares não dados, mal trocados

Lá sai o arlequim dando bom dia a todos

Aos homens, macacos e pedras

Entre buzinas e sabiás

e no meio do concreto pesado e indiferente

nasce aquela flor;

que sede é essa

da natureza

de existir

de ser como é;

Seria Vontade

de nascer, de brotar, de viver

Seria o Verbo

que comunica a essência

em sua mais intima veemência;

És flor rebelde

do asfalto,

Em sua força e resistência

Lírio Gita
Enviado por Lírio Gita em 30/07/2018
Reeditado em 07/12/2019
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