2 MESES FAZ DA PARTIDA DA FLOR DE INVERNO!
 

En homenagerm
a Ana Liss!

Dor e saudade
demais!

Poderia dizer dos segredos escondidos num canto escuro ou sob um lençol qualquer, dos mundos que se escondem em tantas máscaras, durante grandes espetáculos, e antever o severo castigo à pretensão de um porvir onde se possam reter delicados feixes de luz, antes que, novamente, seja feito o contato vulnerável com os mesmos caminhos que deságuam em nada.
 
“A velha ansiã,
minha mestra desconhecida,
ensinava-me para não tentar compreender
a estranha passagem.

Querendo superá-la,
investiguei as encenações todas
e descobri que também sou
uma grande farsa.”

Poderia dizer dos sonhos que em mim quebrei alimentando presas férteis, do meu triste canto, violado, que protesta em sinfonias mudas, das lembranças que escorrem transbordando a grande ponte, das lágrimas de cristais invisíveis que, após preencherem brancas nuvens, e caírem como ácido pelas minhas desertas estradas, envenenaram a sede insaciável dos que me habitam.
 
 “... seus seios
eram como morros de um
paraíso encantado,
 
seus pequenos
pelos genitais eram como
um caminho dourado,
 
sua xana
molhada era como um
rio de águas raras,
 
sua mente
inconstante e vasta
era como um açoite a meu amor
e à minha alma!”


Poderia omitir minhas jornadas por veredas estranhas e incompreensíveis, e sob a escolta de tantas orações proferidas, fingir não ver a porta errada. Num esforço indigente tirar-me o rosto, arrebentar todas as correntes, e deixar ecoar em mim, aos raios de um falso e magnífico alvorecer, somente as doces palavras que tocariam meu corpo e emudeceriam minha dor.

Poderia tudo, belo ator que sou, em efemeridades de sonhos sem aprimoramento.

 
"... e o apagamento
a levou antes que conseguíssemos
evitar o tarde
demais,

deixando-me
sozinho, neste vasto mundo
de coisa alguma!"

Mas queria mesmo é poder transpor mais do que o pensamento e a alma, numa devastadora revolução de águas límpidas e desconhecidas a me romper, em noite fria, emudecendo meus fantasmas e, de mim, a voz do cão que ladra.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 18/01/2017
Reeditado em 18/01/2017
Código do texto: T5885610
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