Sonho da Lua
Deitada a Lua em lençóis negros
Pontilhados da prata mais brilhante
Pendulando sobre os nevoeiros
Sonolenta, fria, distante
Numa dança imóvel desliza
Na música que o vento canta
E com o beijo morno da brisa
A floresta farfalha e se encanta
E Ela começa a acordar.
Braços e pernas em um corpo sinuoso
Despertam na noite numa confusão qualquer
E a Lua que pendia de um céu lustroso
Se transforma em bela e alva mulher
O céu noturno ondula em seus cabelos negros
E com os lábios serpeando como pincéis
Ela dissolve as estrelas com suaves beijos
Para forjar seus colares, pulseiras e anéis
E dançando pela terra como serpente
O vento lambendo seu corpo como água
A Lua coberta de prata reluzente
Sai derramando a noite aveludada.