Sonho da Lua

Deitada a Lua em lençóis negros

Pontilhados da prata mais brilhante

Pendulando sobre os nevoeiros

Sonolenta, fria, distante

Numa dança imóvel desliza

Na música que o vento canta

E com o beijo morno da brisa

A floresta farfalha e se encanta

E Ela começa a acordar.

Braços e pernas em um corpo sinuoso

Despertam na noite numa confusão qualquer

E a Lua que pendia de um céu lustroso

Se transforma em bela e alva mulher

O céu noturno ondula em seus cabelos negros

E com os lábios serpeando como pincéis

Ela dissolve as estrelas com suaves beijos

Para forjar seus colares, pulseiras e anéis

E dançando pela terra como serpente

O vento lambendo seu corpo como água

A Lua coberta de prata reluzente

Sai derramando a noite aveludada.

Lumontes (Lucas Montenegro)
Enviado por Lumontes (Lucas Montenegro) em 08/11/2016
Reeditado em 30/01/2017
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