O vigia

Depois de uma tragédia familiar,

Eu jurei servir meu país,

Vigiando nossa fronteira,

Não sabemos o que existe além dela...

Eu passo frio,

Sinto medo,

Medo de ser levado como minha irmã,

Minha queria irmã...

Vivemos aqui,

E não sabemos o porquê,

A luz do dia,

Tão cheia de vida...

Tão longe que não vimos,

Estamos em guarda,

Esperando o ataque do inimigo,

Quando ele levara mais alguém...

Não vou esperar,

Meus dedos estão congelados,

No gatilho de meu fuzil

Eu quero enfrentá-los...

Então estamos aqui,

Prontos para a guerra,

Vigiando os limites da nossa aldeia,

Olhando para o vasto escuro sem entender...

Sinto saudades de minha irmã,

E logo se transforma em ódio,

Eles a tiraram de mim,

Quero vingança...

Aqui onde o escuro pode sentir nossos cheiros,

Na neve que cai triste,

Nossas lagrimas que congelam no rosto,

Todos têm dores...

A saudade dói,

Torna o ser bom em um demônio,

Cheio de dor e raiva,

Assim caminhamos,

Para onde não sei,

Pois não se pode acabar com o escuro...

Luzes?

Sim tentamos,

E ele engoliu tudo,

Ele é frio e vazio...

Nunca mais vi minha querida irmã,

É triste, eu sei,

Nossa mãe morreu ano passado,

Sem dizer adeus a filha...

Tenho muita raiva,

Que vai me matar um dia, eu sei,

Mas não ligo,

Gostaria de vingança...

Todo nosso equipamento,

Para quase nada serve,

Nossas armas,

Carregadas e engatilhadas...

Por essa dor eu caminho,

Minha patrulha é a mais perigosa,

Eu louco, eu sei,

Assim quero...

Não tenho medo da morte,

Só do desconhecido escuro,

Mas quero enfrenta-lo,

Pela minha irmã...

Ele manda seus capangas,

Criaturas magras e feias,

Nos, abrimos fogo,

E eles morrem...

Sinceramente não sei como essa guerra começou,

Só sigo o padrão de vida daqui,

Sinceramente não conhecemos nosso inimigo,

Apenas matamos uns aos outros...

Estive além da fronteira,

E vi coisa estranhas,

Não era humano,

Tenho medo que seja nosso fim...

La longe, onde os holofotes não podem enxergar,

Tudo é diferente,

Meu comandante diz para acreditar,

Em nosso poder, mas não sei...

Eles vivem,

Não sei explicar como,

Atravessam o escuro e frio,

E não morrem...

Vi uma coisa,

Que achava que era historia do meu avô,

Uma figura de manto preto,

Com mascara branca...

Ela tinha o escuro como manto,

Sua presença dava medo,

Então ela lutou,

Todos foram mortos...

Mas suas almas foram,

Levadas por ela,

Pelo que vi,

Ela não vai deixar ninguém sofre...

Todo esse tempo,

Eu não sei dizer,

Onde estamos,

Caminhamos depois da peste,

Não sei para onde...

E a guerra começou,

Eu só queria ver minha irmã,

Sinto o vento frio,

A dama esta vindo...

Não tenho mais munição,

E nem forças,

Talvez eu queira ir com ela,

Talvez...

Em uma noite de patrulha,

Eu a vi diante dos meus olhos,

Para os idiotas que perguntarem sim eu estou morto...

Não sei como,

Apenas não estou mais com vocês,

Sinto muito meus irmãos,

Amo todos vocês...

O escuro é confortante,

E posso ver minha irmã,

Então vamos embora,

Para uma terra desconhecida...

Cristiano Siqueira 10/07/16

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 10/07/2016
Reeditado em 10/07/2016
Código do texto: T5692982
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