Pique esconde

A vida é mais ou menos isso:

o gato e o rato, o sucesso e o fracasso,

o boi e o laço, o colápso, o lapso,

a procura, a tortura, o encontrar

e o não encontrar.

A vida também é namorar,

desanamorar, se decepcionar

ou achar a sua outra metade

e de verdade, sentir a dor do outro.

A vida é como lavar o rosto,

no poço, na cacimba.

A vida é tão simples, quando se sabe amar.

É acordar cedo e aprender a não ter medo de nada,

à luz do sol que nos desperta,

está sempre em estado de alerta,

cumpre o seu ciclo e nada nos cobra por isso.

A vida tem seus feitiços e suas curvas,

como numa via de mão dupla,

mas é curta, onde no acostamento,

deve permanecer sempre estacionado o rancor.

A vida é dor, mas também alegria,

uma alegoria que encanta,

dependendo da sensibilidade do artista

e do grau de percepção do admirador.

A vida, seja como for,

é como uma prova para o vestibular,

para chegarmos aonde pretendemos chegar

e é preciso se preparar muito bem para a prova,

pois a vida aprova, reprova,

com um maior rigor que qualquer professor,

que também um dia já se sentou,

no mesmo lugar que nós, na vida,

com lápis, caneta, borracha, bloco de notas

e muita esperança.

É, a vida também é esperança.

É uma eterna aliança com o bem

e procurar praticar o bem,

nunca fez mal a ninguém.

A vida é um balanço,

entre os nossos erros e acertos,

mas quem errou sem a intenção de errar,

não conta e quem acertou sem querer acertar,

também não entra nessa conta,

pois ela é muito justa,

porque injusto é passar por ela,

sem nada acrescentar.

Nesse pique esconde não te achei.

Você estava muito bem escondida,

mas o faro e a visão que tem a vida,

ela apenasmente me emprestou.

Também sou um estudioso da vida

e mesmo ao longo dos meus cinquenta e seis anos,

ainda me sinto um simples amador.