Na multidão...
Na multidão
Estranhos sorrisos
Carentes, eloquentes
Indecifráveis...
Na multidão
Corações alienados
Vagueantes
Sem destino, sem direção...
Na multidão
Faces maltratadas
Sorrindo diante de espelhos
Torpes enganadores...
Na multidão
Lágrimas tristes
Fazem transbordar
Cálices de frustrações...
Na multidão
Esquecidos são os nomes
Vultos e zumbis
Apenas imagens...
Na multidão
Um desfile de ilusões
Nas esquinas, nos jardins
Raramente brotam flores...
Na multidão
Olhares vazios se tocam
Mas não se notam
E passam ao redor...
Na multidão
Tem poesia e canção
Para sintetizar
A escrita do tempo...