Intrusos no Éden

Do paredão que separava

O deserto da cordilheira

Sobraram poucas telhas

Já das grandes fendas

Sai o Hominis-Noviço

Com todos os viços

Indiviso e desértico

Éramos de todo negro

Tu e Ele, Eu mais Ela

Regurgitados pela terra

Nas tetas das trevas

Eva na mesma era, cabisbaixa

Contudo, o gado orelhudo

Cara mascarada, vendo tudo!

Até os arrebóis do Atacama

Logo, minérios e mistérios

A balsa sob o caos mineral

Ferro, fogo e fuligens

Nobres Aforismos afora...

Poetas ao pó do mármore

Nessa corrida maluca

Da substância insigne

Afogada no subsolo do delírio

Desde então! Mané é Mané

Barão é Barão, tudo içado

Na mesma âncora aos cuidados

Do Éden das rosas-atômicas

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 26/10/2015
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