O soldado

Em meio a terceira grande guerra,

Nós estamos,

Cobrindo a fronteira de um pequeno pais,

O inimigo tenta a todo custo invadir...

Matamos como animais defendendo território,

Juramos por nossa bandeira,

São muitos dias de combate,

E os corpos se empilham,

Uns dizem que vêem seus colegas,

Se deitarem com os cadáveres e morrerem...

É estranho estar em campo de batalha,

Ou ficamos loucos ou vimos coisas estranhas,

Em meio a uma invasão de uma casa,

Pude ver meu inimigo ser jogado pelo ar...

Um velho amigo disse que via os mortos,

Se rastejarem do monte de cadáveres,

Outros dizem que alguma coisa,

Levava os cadáveres embora...

Fui designado para uma torre de vigia,

Ao norte do pais,

Coberto de neve eu estava,

Com meu fuzil...

Na tristeza da neve eu pensava,

Sozinho com lobos famintos,

Todo meu sacrifício para o pais,

Imagino que meu pai ira ficar orgulhoso...

Até ver fantasmas caminhando na neve,

Percebi que sua dor era maior que o frio,

Eles caminhavam descalços,

Como as famílias que deixaram suas casas...

De repente eles me olhavam com olhos vingativos,

E La estava eu atirando em fantasmas,

Finalmente fiquei louco,

Mas não, era bem real...

Cercado em minha torre,

Eu estava quase sem munição,

Sentia meu triste fim se aproximar,

Mas sou um soldado...

Quando invadiram a torre,

Eu os enfrentei sem medo,

Honrei minha bandeira,

Mesmo que custasse minha vida...

Fui muito bem treinado,

Mas não para fantasmas,

Eu só queria viver,

Ataquei como os lobos da neve...

Caímos da torre,

Mas aquilo que parecia estar morto,

Levantou-se,

Quando penso que morri, tudo acaba...

Eu me pergunto como,

Não foi sonho,

Meu pente esta vazio,

Em que atirei?

Como eles dizem,

Em fantasmas,

A parte mais escura desse pais,

Lendas caminham aqui...

Então eu tenho me comportado como um louco,

Peso desculpas,

A guerra muda as pessoas,

Tudo que vi...

Em uma cabana na montanha,

Sem inimigos,

Mas alguma coisa me caçava,

Feros com um perfume suave...

Batia forte na porta,

Seu perfume infestou a velha cabana,

E pude vê-la,

Seus olhos azuis fez um peso em meu coração...

Pai, meu herói,

O que teria feito?

Fui um covarde?

Pai, me perdoi...

Como pude ser assim,

Tive medo do olhar dela,

Tão frio e sem vida,

Mas com enorme força...

Então descarreguei minha pistola nela,

E ele se manteve imóvel,

Como se da pistola não saísse nenhuma bala,

A costa da arma desarmou, indicando meu fim,

Sem balas...

Mas ela não me matou,

Ficou me encarando com aquele olhar,

Que não sei como descrever,

Meus ossos gelaram...

Estou diante de um fantasma diferente,

Mais forte,

Parece que o frio e o escuro,

Acompanham ela...

Não tenho mais munição,

Odeio dizer, mas sou o refém dela,

Mas ela não quer,

Ela se aproxima...

Aperta meu pescoço,

E diz que a verdadeira guerra esta por vir,

Ela quer que eu a ajude,

Como muitos outros como eu...

Sim senhora,

Eu irei,

Esse é o sonho de todo soldado,

Lutar por uma pátria sem bandeira...

Somos todos irmãos de guerra,

Sem fronteiras,

O escuro ira nos esconder,

Contra os falsos anjos da luz,

Tão sujo que nem ela pode acolhê-los,

Eu e meus irmãos estamos trancados,

Em celas escuras, sendo cuidados por ela,

Esperando a verdadeira guerra começar...

22/08/15

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 22/08/2015
Reeditado em 22/08/2015
Código do texto: T5354924
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