AMOR pelas MÃOS

Ah! beleza sinistra, túmulos revoltos rangem nos pés da aurora remendada.

Revólveres disparam na imaturidade da madrugada e cadáveres adolescentes

mancham degraus aos pés da deusa que traz a espada faminta de carne

na mão predestinada a domar o fogo.

A Rua está cheia de maníacos e drogados guardando nos bolsos

peças que montadas corrigirão a Imperfeição da Terra.

Os mares são espelhos quebrados pela feiúra do céu Imbecil e Mendigo,

mares do Terceiro-Mundo refletem o rosto descabelado de um céu sujo de lixo e pobreza.

Criaturas de asas musicais e palavras inéditas trouxeram o Amor pelas mãos

e acariciando-lhe o corpo profundo até tocarem a manhã dormente

mas houve tiros que racharam o céu e o sangue escorreu em chamas

até tocar nossos rostos extasiados ou cépticos

Como provar a identidade do vampiro encarcerado no castelo

cujas correntes mantém sol e arco-íris na janela?

Flautistas escalam o universo para que o Faquir de fora do corpo

entenda no sonho as portas pelas quais os anjos trazem as mensagens,

quando o cesto com a serpente é introduzido no quarto

os Gênios cercam o berço com encantamento e astúcia,

ladrões de privacidade e piratas genéticos batem na porta

a hora é de entender os recados do Acaso