A grande arvore

Minha vila estava morrendo,

Quase sem comida,

A peste matava nossa família,

Era uma terra amaldiçoada.

Então vi a fé das pessoas acabarem,

Com tristeza os vi desistirem,

Minhas lagrimas caíram,

Quando alguns se suicidaram.

Lembro do dia que ele chegou,

Tinha um olhar frio,

E respostas para quase tudo,

Carregava apenas uma mala.

Ele Foi até a taberna,

E fez um discurso,

Disse que podia salvar a vila,

A maioria desesperada queria ver,

O estranho homem carregava uma muda de arvore,

Uma que ninguém conhecia,

Ele disse que aquela muda,

Seria nossa salvação,

E a população cheia de medo e fome,

Plantou a pequena muda em um lugar afastado das casas,

Então a muda cravou suas raízes o quanto mais fundo pode,

E se alimentou da terra morta com prazer.

Em pouco tempo ela esta gigante,

Com folhas vermelhas,

Sua sombra cobria toda vila,

O velho estranho,

Dizia que sua sombra seria a proteção.

Todos confusos,

Mas felizes e saudáveis,

Passaram a gostar da estranha arvore,

E seu velho ainda mais estranho.

A grande arvore observava a vila toda,

Ela cravava sua raiz,

No coração do recém nascido,

Então ele passava a ser seu fruto,

Ela se balançava com os casamentos,

Um sinal de boa sorte.

Raiz por raiz,

A grande arvore,

Queria seus sentimentos.

Mas tinha seu lado obscuro,

Ela matava assassinos e estrupadores,

E punia os ladrões,

Um sinal para vila manda los embora.

E a grande arvore via tudo e todos,

Seus galhos acariciavam as casas,

Suas raízes dominavam tudo,

E o velho estranho sentado em sua cadeira...

Raiz por raiz,

Ela controla tudo,

Espantava as criaturas que rondavam a vila,

E forasteiros mal intencionados.

O dia maldito chegou,

Aquele dia que a modernidade dominou o mundo,

A grande arvore ouvia seus adolescentes,

Dizendo que queriam ir embora...

As novidades os atraiam,

A grande arvore se encheu de ódio,

E com sussurros disse para eles,

“a morte estará aqui se vocês irem”

Eles como atrevidos que eram,

Não ligaram,

Como pode...

Nossa arvore, nossa vida.

Por cem anos a grande arvore,

Nós deu saúde e alegria,

Quando ninguém mais deu...

E agora ela esta zangada...

A noite parecia mais escura,

O frio ainda mais mortal,

E no meio da mata,

As criaturas se aproximavam,

A cada um que abandonava a vila,

A desgraça aumentava.

Em um dia que o sol não nasceu,

Todos vimos a grande arvore se revelar,

Suas raízes saíram do chão,

Para matar as pessoas.

E o estranho velho,

Após noventa anos se levantou da sua cadeira,

E com olhos vermelhos,

Ele condenou a vila.

E com um terrível vento,

A grande arvore,

Balançava de um lado para outro,

Com um som medonho...

E a morte estava lançada,

A peste voltou,

O velho caminhava entre os mortos,

Balançando os braços...

Em uma noite,

Cem anos de geração,

Foram destruídos,

A grande arvore estava magoada...

Do chão coberto por cadáveres,

Nasce uma muda coberta de sangue,

E aqui esta o poder da raiz por raiz.

Cristiano Siqueira 26/09/14

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 27/09/2014
Código do texto: T4977831
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