A UM PASSO DO ABISMO

Oxigênio em carestia,
contorço-me à dilacerante dor
das asas quebradas:

resisto e resisto-me;

sobre as flores e os mármores
da sempiterna noite
das coisas, dos tempos
e dos destempos,

reinvento e reinvento-me;

destituo as luzes das casas
e das serranias
e condeno as visões dos píncaros
com suas soberbias;

por fim, do infinito que há
sobre o véu da vida,
revelo a verdade obscura
das faustas retinas,

transformando-me,
inexorável e inevitavelmente,
em (meu) cruel carrasco
(de) todo dia.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 30/05/2014
Reeditado em 30/05/2014
Código do texto: T4826151
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