INDELÉVEIS CHAGAS
Ser como o vento
– breve, brisa ou violento –
a carregar sonhos, sinas
e sofrimentos;
ser como o apetite
– não a fome –
que come e consome,
de modo infame, as almas
sem nome;
ser, enfim,
como deuses dissimulados e apócrifos
que prometem paraísos,
enquanto conduzem vítimas
aos precipícios;
tudo nesse incomensurável
caos sem nexo,
gerado pelas abnormais senciências
dos homens,
sem nenhuma verdade
ou sublimidade consistentes.
Péricles Alves de Oliveira