Sob a relva macia...







Sob a relva macia

Esquecida,oculta,silente, sob a relva macia,
Banhada pelas gotas d’orvalho cristalinas,
Do sol,filtrados raios,quando a manhã nascia,
Feito da paixão as cores de rubra turmalina.

Gentil ciclame , soberba de veludo, a flor,
Negara,pois, caricias de fortuitas borboletas,
Quando ,do mato,o sabiá iniciou alegre cançoneta
Sabia que chegaria breve tempo d’amor

Em Sua fantasia,insano , divino apogeu
Deus em folguedos de criança,qual besouro pousou
Cuidava encontrar a linda flor que um dia perdeu
Ciclame secreto,que nunca,deveras, O abandonou !

Tormentosa ira,amena brisa,tornou ventania
Revirou galhos,esmagou,das flores,os botões
Pensara ter perdido,enfim Seu tino e as ilusões
Ainda que menino Deus,do amor,pois,não sabia...

Retornou triste à Sua tosca mangedoura ,
Encurvaram -se as árvores e os passarinhos!
Contrita prece por u’a alegria vindoura,
Embalou sono da criança no divino ninho.

A macia relva,entreabriu finas folhas,então,
Ah!O inesperado milagre,assim,aconteceu!
Hibernara no frio,no estio,em profunda devoção,
Que o rubro ciclame jamais,se perdera de Deus!