TRAGÉDIAS TEATRAIS
Ó flor de inverno,
dize-me, a quem tanto te amou,
que foi feito de tuas noites oníricas,
em que te vestias linda e ternurosa
entre os jardins ominosos dos vaga-lumes?
Após teus perfumes se espalharem
pelos ventos e veredas diversas,
estás frágil em teus mares,
bem sei.
E, porque de mim não és segredo,
bem sei também que,
das imagens fabricadas em delírios osgarmáticos
quando te eras uma borboleta esvoaçante,
reminiscências de sonhos evaporados
se fundem em teu silenciosos
passos de solidão e dor.
Mas e agora?
Na mortiça e esquálida hora
em que te encontras enferma,
em que braços realmente te deitas,
e em que luzes realmente te abrigas?
Péricles Alves de Oliveira