O casal.

Duas almas que juntaram-se para caminhar;

As mãos foram dadas para tudo facilitar.

Trocavam olhares enquanto prometiam que iriam se amar,

Todos os dias de baixo do mesmo luar.

Visitaram as montanhas e o mar

Conheceram todo e qualquer lugar

Tão perto que os corações pareciam que iriam se juntar

Quando resolveram com tudo isso acabar.

O homem seguiu o sonho de se fazer,

Um grande homem e na vida crescer.

A mulher não quis seu tempo perder,

E fez seu grande talento aparecer.

Todas as noites, ambos queriam morrer

Quando lembravam o que queriam esquecer

A dureza da solidão já começava a ceder

E dava lugar às lembranças do que poderiam ser.

Mas as loucuras do homem o faziam rir

Todas as vezes que ele voltava ao tentar ir.

A mulher já duvidava saber do caminho a seguir;

Por mais que tentasse, não conseguia mais sentir.

Como todos sabemos, a vida é um filme de terror

Que quando não nos mata, nos fere com seu horror.

Não querendo se ferir novamente, enchia-se de temor

O antigo casal que um dia já foi cheio de amor.

Chorando todas as noites, extraindo da solidão seu sabor

Ambos ataram-se a praticar um grande louvor.

A Deus pediram com muito fervor

Mas a injustiça do silêncio só lhes trouxe mais agror.

O homem, decidido, se levantou,

Puxou uma corda e se amarrou.

Em um objeto pesado a outra ponta atou,

E da mais alta ponte, se jogou.

A mulher, por sua vez, chorou

Quando a notícia de sua agora eterna solidão chegou.

Tentou tirar algo de bom da vida e se lembrou

Que tudo o que ela tinha de bom, da ponte pulou.

Suicidou-se.

Encontraram-se.

Se olharam.

Se amaram até que a eternidade os separassem.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 20/02/2013
Código do texto: T4149681
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