O escuro

Eu caminhei aqui há anos,

Tentando entender,

Como isso funciona,

Será só o escuro?

Não vejo nada,

E o frio é esmagador,

O vento sobra como nunca vi,

Posso ouvir os passos deles.

Caminham entre nós,

Mas eles podem ver nessa escuridão,

Eles rosnam,

Eu tento ver...

O frio me corta,

E estou aqui,

Sem saber como,

Talvez seja um sonho.

Posso ouvir as arvores,

Balançarem com os ventos violentos,

Não importa para onde olhe,

Sempre estara escuro.

Talvez eu já tenha vindo aqui,

Pois me lembro do vento...

Um castigo,

Ou uma segunda chance.

Mas quando durmo,

O escuro vem,

Não um escuro comum,

O verdadeiro escuro.

Sinto o frio com ele,

E de novo ela vem,

A mesma dama...

Com sua dança macabra.

Ela sorri no escuro,

E suas criaturas a obedecem,

Como posso entender isso?

Uma linda dama que caminha no escuro,

E o escuro é seu manto,

Ela é linda...

Talvez eu seja louco,

Ou estou certo,

Mas esse escuro não é normal,

E ela é bem real...

Conheço as historias dela,

De como muitos humanos,

Morreram tentando fugir,

Ela pode ser severa.

Comandando com mãos frias,

E um estranho amor,

Ela mantém o escuro assim,

Sombrio e frio.

Há um mundo todo aqui,

Só não consigo ver,

Existe uma vila ao norte,

E um abismo...

Nessa vila todos vivem no escuro,

E são felizes por isso,

Crianças nascem com saúde,

O abismo é medonho...

Sem fim, com um vento frio que sai dele,

Mas já ouvi historias de um homem,

Que voltou dele,

Ele conheceu o fundo...

Tenho medo,

Mas quero ir para o escuro,

Ele me chama,

Sempre chamou...

Agora tenho que ir,

Desbravar seus mistérios,

Conhecer suas lendas,

Respirar seu ar congelante...

O homem mais velho,

Uma lenda entre nós,

Disse para não temer,

Sou desse lugar como ele.

Ele desceu o abismo,

E pode ver o rosto dela,

Diz à lenda que ela o beijou,

E ela gosta dele.

A dama o escolheu,

Viu algo bom em seu coração,

Ele por não se sentir feliz,

Caminhou com ela.

É um caminho para os tristes,

Ela sempre nós recebe,

Ele um homem velho com muitas historias,

E nosso professor.

Foi o primeiro,

Aquele que ela mais ama,

Os outros,

Foram castigados...

Comida para suas criaturas,

Criaturas que ele chama de irmãos,

Sua família do escuro,

E eles se cuidam...

Quero mergulhar no escuro,

Sentir seu frio,

Ouvir os urros das criaturas,

Conhecer sua vila,

Ver o rosto dela...

Cristiano Siqueira 26/01/13

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 17/02/2013
Reeditado em 17/02/2013
Código do texto: T4145195
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