Hamsin
Hamsin *
Não sinto sopro do vento,
não ouço o seu uivado,
a me jogar pelos caminhos
que não dão em nada.
Espinhos cortam a terra
rasgada de tão seca,
fecho os olhos em protesto
do cego destino magro.
Linhas escorrem nas veias,
em noites sem estrelas
das espadas congeladas
nos meus lábios secos.
Tombam galhos serrados
dos passarinhos mortos
pelo que foi e passou
evaporado no deserto.
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* "Hamsin": vento seco, quente e poeirento que, durante cinquenta dias ("hamsin" = "cinquenta" em árabe), sopra esporadicamente em grande parte do norte da África e no Oriente Médio.
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Interação da poetisa das poesias sofisticadas dos ritmos bailados, DTL Gonçalves:
Não sinto sopro do vento,
as noites são sem estrelas;
fecho os olhos em protesto
pelo que foi e passou.
Obrigado, querida Odete, pela amizade e pelo apoio que me ofereces em inspirados versos...
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Interação do amigo poeta, Maurilio Gabalde Lopes:
Raptor
Periódico éolo, malfeitor
Das vidas, o destruidor.
Do ermo, o semeador.
Das almas o raptor!
Obrigado, caro Maurilio, por me presentear com este fruto lindo da tua bela invenção poética, o Trímono Gabaldista. Quem ainda não conhece este novo estilo literário está convidado à página do próprio inventor: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4062870
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Interação da alma poética que muito adequadamente designou-se AHAVA – em hebraico, "amor":
Quero ser pra você
A travessia do deserto
Ao encontro do oásis
E que na confluência
Do recôndito de nossas almas
Que eu possa molhar teus lábios
De alegria e mel
E acender de vida
Teu céu.
Obrigado, Ahava, por ter deixado aqui esta cantina salvadora de amor.