E enquanto o mundo vai sendo eu...Eu vou sendo o mundo
Enquanto o mundo me toma de assalto, eu escorrego pelos buracos no Ozônio da atmosfera...
E enquanto o homem me faz descoberto, eu durmo e me escondo na pelagem das feras...
Enquanto minh'alma é avaliada, eu me faço alma esquecida nas culatras
E assim vou sendo eu enquanto o mundo pensa que sou seu....

E enquanto os homens se encantam com os livros de segredos
Eu ignoro o mediocrismo dos sagrados escritos
Faço dos medos coragem e dos corajosos extraio seus medos...

Enquanto o munda vai sendo meus sonhos...Eu busco a realidade doutro mundo
E enquanto o mundo vagueia no misticismo...Eu sou raso em meu jeito de ser profundo...
E enquanto os filhos da nova era plantam flores e esperam a primavera
Eu rego as sementes desprezadas, caídas das mãos daqueles que nada se espera...

E enquanto o mundo vai sendo eu...Eu vou sendo o mundo...
Enquanto o mundo muito enxerga...Eu sou seu filho cego...
Enquanto muitos buscam os vales floridos...Eu sigo rumo ao deserto...
E quando pensa o mundo que me encontrou eu encontrei o mundo...
Tateando no escuro, guiado por minha sombra, no silencio de minh'alma cantando cirandas...
Na mudez de meu espirito praticando esperanças...

E enquanto eu vou sendo nada...O tudo vai sendo eu, o nada torna-se tudo...
Enquanto todos dormem, eu conto aos “contadores” meus contos...
Enquanto distraídos estão em corpusculismo, eu falo do segredo da chuva...
Tantas lagrimas evaporadas que envolve o planeta em forma de nevoa
(Tristeza...Agourento fantasma...Anátema ocultada)

E quando todos pensam que têm meu choro, eu ofereço meu riso...
Assim quando todos pensam que canto eu estou em silêncio contemplativo...
Compreendeu?
Não...Eu sei...
Pois o mundo pensa que sou dele
Mas engama-se o mundo...Eu não sou de nenhuma grei...