VERSOS INDIGENTES

Os meus versos indigentes
Vagueiam perdidos, pingentes,
Pendurados no carrossel do tempo.
Ora riem, ora choram,
Ora aplaudem a encenação da vida.
Muitas vezes, os meus versos voláteis se culpam
Por terem perdido o direito de sonhar;
De tornarem-se letras,
Palavras impressas nos pergaminhos do tempo.
Os meus versos trazem perguntas indiscretas
Que constrangem donos de respostas incertas.
Os meus versos não são versos,
Apenas sinais de alguém que nasceu num mundo apoético.