O retorno do poeta

O tempo parece-me não ter passado,

Embora tenha transcorrido serena e inevitavelmente.

Porém, não sou ainda o poeta que eu fora antes desse entrementes,

Sou novamente aquele poeta, sofrido... amadurecido...

Quando resolvi não sê-lo mais,

Estava tão envolvido com meu ego que me esqueci da poesia que há [na vida e da tristeza da minha,

Virei um novo poeta, menos criativo e mais aventureiro, mais prático e [com menos manias.

Queria ser o que eu não era sob o pretexto de atingir a paz.

Quatro longos anos se passaram, de modo que tomei ciência de sua [grandeza,

Durante os quais esse poeta egoísta me dominou e me fortaleceu.

Destruí antigas amizades e revelei minha ira aos inimigos. Fiz essas [proezas

Sem saber se, as minhas atitudes, algum deles entendeu.

No início do quarto ano, retorno à minha antiga personalidade,

Pois estou de novo apaixonado,

Namorando e contemplando a efemeridade

Da alegria de sorrir beijando.

H. P. Simões

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 22/01/2008
Reeditado em 27/01/2008
Código do texto: T827461
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