A HISTÓRIA DO ESPIÃO
A HISTÓRIA DO ESPIÃO
Carlos Roberto Martins de Souza
Seu nome penico urinol trono de pobre
Velho companheiro da hora mais dura
Como uma peça tratada por ser nobre
Não aceitava ser tratada com frescura
Quem viveu naqueles tempos sofridos
Quando não haviam tantas facilidades
Lembra que obrar produzia zumbidos
Na horas de fazer suas necessidades
Maldita a hora de ir para seu sacrifício
A distância entre a bunda e o miserável
Metia medo de errar a boca do orifício
O que seria algo terrível e deplorável
O objeto útil que vem lá da antiguidade
Tinha vista de tudo debaixo para cima
Era odiado mas tinha grande utilidade
O ele apreciava não era lá obra prima
Nos palácios era tido o artigo de luxo
De plebeus e de majestades era amigo
Da posição via o que vinha do bucho
Sabia do que tinha abaixo do umbigo
No penico não tem como você relaxar
Sentar naquela desgraça dava pânico
Ele em silêncio olhava queria verificar
O que via não era um jardim botânico
Espiar aquele céu negro e carregado
Pronto para jogar chuvas e trovoadas
Quase sempre o granizo e um brado
Anunciavam o fim das boas cagadas
Acostumado a ser tratado de depósito
Sabia da baixaria de cada bunda suja
Conhecia no intimo seu duro proposito
Era um intimo do velho ninho da coruja
Identificar a sua vítima era muito difícil
Na escuridão restava esperar o vacilo
Na daquele pum que saia como míssil
A luz revelava se seria ou isto ou aquilo
Com galhardia desempenhou a tarefa
Se bunda de pobre ou sei lá de doutor
Do Manoel ou também da dona Josefa
Com ele não havia o negócio do pudor
Agora o coitado já velho e aposentado
Da serventia de muitas bundas que viu
Ele o herói sempre se manteve calado
De umas bundas chorou de outras riu