Alma de criança
Já passa do meio dia
A tarde se aproxima,
O tempo não dá um tempo,
Mas o ar fresco da manhã,
Ainda se faz sentir,
O cheiro bom,
Da terra molhada, do peixe e da caça,
Da bala de açúcar,
Da noite estrelada,
Do som do rádio de pilha,
Do colchão macio de palha,
Do travesseiro de paina,
Do pão, do forno de barro,
Da bica de água gelada.
E quando anoitecer,
Ainda será assim.
O corpo anoitece,
A alma sempre é criança,
Como as doces manhãs!