O MINEIRO

Já não se vê mais estrelas caídas

sobre os dormentes das ferrovias

nem o apito estridente do trem

que chegava e que partia

nem as caras suadas do mineiro

borradas pelo pó do carvão

na busca do ouro negro

fruto da mineração

Riqueza bruta da terra

das profundezas do chão

o mineiro cansava o corpo

mas botava na mesa o pão

de coração e alma lavada

quando na gaiola subia

deixando pra traz o medo da morte

que rondava as galerias

mais um dia de luta vencido

na rude trincheira da lida

lembrando dos companheiros

no sob solo perderam a vida

deixando o negrume do luto

da viuvá rezando sofrida

por ingrata morte tirana

sem ao menos ter despedida

filhos chorando sem pai

netos sem conhecer avós

e a historia do nosso povo

lembrado por todos nós

mineiro que a suor e sangue

fizeram da mina seu ganha pão

e alavancaram o progresso

desta terra deste chão

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 29/08/2021
Reeditado em 28/03/2022
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