A REALEZA NOTURNA

Francisco de Paula Melo Aguiar

Coruja, ave agourenta

No telhado da Matriz

Sob o céu santaritense

Impõe medo ao vigário

Aterroriza os fiéis, mistério

O cantar reflexo, tido infeliz,

Do rico ao pobre operário.

É a cultura do povo

A rasga-mortalha, ciência

Lá de cima, canta

E cá debaixo... inteligência

Os fiéis da crença popular

Morre de medo, paciência

Dia e noite, a rezar.

Ah! Tanto agouro, pranto

Que o céu de minha terra

Cintila sobre dureza, quanto

Lamento, grito e choro

É a premissa do final,

Invenção sem sabedoria

Vem de todo canto.

Gente! É coisa do tempo

Força vibratória, animal

A rasga-mortalha é melancolia

Conhecimento da razão intuitiva

Dos sinos da Matriz

Aos bueiros do canavial

É o cortejo real, alegria.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 24/08/2018
Reeditado em 24/08/2018
Código do texto: T6429014
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.