Vida de carreiro
Ia todo feliz comendo o pó da estrada
mas nem um dia dessa vida reclamava,
porque era daquilo que eu gostava
e era o meu velho tio que carrear me ensinava,
a tardezinha quando o velho casarão de longe avistava,
batia mais forte no peito o coração,
eu ia rever a família que tanto amava.
Já fazia bem mais de uma semana
que pelas estradas de terra eu navegava,
tangendo os bois de guia
porque dos demais era meu velho tio quem cuidava,
mas quando veio o raiar de um novo dia
acordei suado e falei comigo mesmo naquela hora
porque a vida hoje me faz essa covardia,
me acordando pata que deixe de saborear,
a felicidade de outrora.