Poema rascunhado no caderno de receitas

Na tarde antiga,
a cortina branca de musselina balançava.
E formava ondas,
ao toque do vento que a movimentava.

Uma névoa de tristeza,
percorrendo meu corpo,
invadia as mãos que trabalhavam na cozinha.

Pensei,
sem um porquê,
repentinamente,
em Che Guevara.
Ele morreu, quando eu tinha quatorze anos.
E, agora, andava estampado nas roupas do meu filho.