A JANELA PARA O SOL

A JANELA PARA O SOL

Era um tempo de magia e quase tudo se conseguia

Fase da juventude, força de vontade como virtude

Em sincera amizade se reunia... primorosa harmonia

Com natural atitude de se viver a integral plenitude

Era pequena a moradia mas bastava para a sintonia

À frente da única janela criavam sonhos de quimera

Erguiam pontes para travessia, com cerveja e teoria

Achavam a vida bela, do trabalho fizeram a cidadela

Era um momento de euforia, festa, amigos e alegria

E no final do entardecer, na janela sentavam pra ver

Pôr do sol em companhia, numa espécie de confraria

Sentimentos pra compreender que a vida é pra viver

Era a mais pura poesia, uniam fantasia com filosofia

Deixou marca profunda nesse barco que não afunda

Hoje, com maestria, fazem da visão o confiável guia

Na lembrança mais corcunda, a saudade que inunda

Marco Antônio Abreu Florentino

Poema criado pela provocação de Arnaldo Conte, evocando as lembranças dos momentos felizes da juventude, inicio da vida laboral, quando nos reuníamos na minha casa da Rua Municipalidade em Belém do Pará para assistirmos ao pôr do sol. Simples e pequena, a casa tinha apenas uma janela na sala que dava visão para uma escola e para o rio Guamá, transmitindo paz e tranquilidade com bons fluidos energéticos. À época tínhamos a presença física de pessoas muito queridas e inesquecíveis como meus pais Helena e Antônio Florentino, Dr. Rosário e Irene Conte, pais do Arnaldo, Fco. Rosário e a saudosa e animada Lúcia Conte, seus irmãos. Hoje, de certa forma, continuam em nossos encontros através dessas doces lembranças. Espero ainda continuar, por muito tempo, a relembrar esses momentos junto aos amigos e entes queridos, como os Paulo´s (Florentino, Conte e Abreu), Pateu (Anto. Amadeu), Iselen e respectivos descendentes.

https://youtu.be/8Y9tK60doFI

(Paisagem na Janela - Beto Guedes)