Saudades da infância

Me bateu uma saudade,

Do meu tempo de criança,

Daquele tempo tão bonito,

Que ainda vive em minha lembrança.

Pés descalços, jogar bola,

Gude e pião à rodar,

Pique-esconde, pega-pega,

Soltar pipas pelo ar.

Roda-roda e passa anel,

Pular corda sem parar,

Jogar damas e dominó,

Ir ao riacho nadar.

Carrinho de rolemã,

Mãe da rua e queimada,

Aquele beijo inocente

Da primeira namorada.

Ser criança é tão bom,

Mas não damos atenção,

Nem valor para o que temos,

Não conseguimos entender,

Perdemos tempo pra valer,

E só adultos percebemos.

Me lembrei da professora

Me ensinando o "beabá",

Que no caminho da escola

Ia feliz à cantar.

O progresso é coisa boa,

Reconheço e não discuto,

Mas por essas brincadeiras,

Confesso, estou de luto.

Já não vemos as crianças

Pelas ruas à brincar,

Hoje é só computador,

Vídeo "game" e celular.

Até os pais se esqueceram

De seus filhos educar,

Mandam eles pra escola,

Com eles não vão brincar.

Ser criança é tão bom,

Mas não damos atenção,

Nem valor para o que temos,

Não conseguimos entender,

Perdemos tempo pra valer,

E só agora percebemos.

Paulo Francisco dos Santos
Enviado por Paulo Francisco dos Santos em 02/07/2016
Reeditado em 02/07/2016
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