Voltando a terra natal

Um dia voltarei a minha bucólica terra

Um dia voltarei a minha eterna aldeia

Para reconstruir meus sonhos

Perdidos ao longo do caminho

Quero cavar o meu jardim

E plantar margaridas, a dálias e girassóis

Quero ofertar flores aos vizinhos

Aos estranhos que passam na rua

E outra parte depositarei nos átrios do Senhor

Em atitude de gratidão

Minha varanda pintarei com as cores dos trigais maduros

E colocarei uma linda cadeira de balanço de frente à rua

Para ver as pessoas passarem

A minha casa estará aberta o ano inteiro

Em todas as estações

Não importa se é inverno, ou verão

Será tempo de abrir o meu coração

Sorrirei a todos os que cruzarem o meu caminho

Certamente darei bom dia com alegria

De vez em quando abrirei o baú

E reverei os retratos antigos

As poesias marcantes

E por um só instante

Divagarei no tempo atemporal

Em busca das doces memórias do passado

Não falarei das mágoas

Não falarei das perdas

Não falarei dos ressentimentos

Nem tampouco dos amores perdidos, esquecidos

Todos esses sentimentos ficaram para trás

Em um passado distante e foram diluídos pelo amor

Pois aprendi usar o bálsamo e o mel

O bálsamo de Gileade cura qualquer ferida

O mel que desce da rocha adoça qualquer vida amarga

Quero repintar meus móveis antigos, históricos, sentimentais

Com as cores da esperança

Na velha geladeira vermelha colarei as fotos das pessoas queridas

Dentre todas elas, você que lê o poema neste momento

Quero fazer da chuva minha canção de ninar

Dos ventos meu mensageiro

E da cada entardecer um companheiro

Um dia voltarei com as malas cheia de saudades, nostalgia e esperança

Das terras em que vivi e fui feliz

E uma delas a pacata AVANHANDAVA

Antonio Magnani
Enviado por Antonio Magnani em 14/02/2016
Reeditado em 04/11/2023
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