Nostalgia II
Vejo este rosto tão conhecido, tão familiar, tão particular,
Um sorriso tímido nos olhos. Dói-me os lábios como empatia.
Vejo o tempo passar em seus traços, o desenho agora é nítido.
Nítido como a historia que me fez te calar e pra sempre me calar.
Há felicidade e intimidade nesses gestos inertes do seu retrato
É e foi como um imã, que me atraiu ao precipício azul. Sinto que caio.
Caio agora com uma dor súbita e não há explicação. Apenas um fato.
Já nem sei mais a cor daquela voz, mas sinto sua presença.
Como uma verdade que se joga e me suicida lentamente com um sorriso.
Agora há uma figura linda e cativante ao seu lado. Eu não sou triste.
Nem ela. Nem você. Somos a vida, que caminha, corre e se arremessa,
Mas ainda há um imã, e sei que é reciproco. Sempre haverá!
Vejo uma brisa branca, uma nuvem que paira agora. Agora e sempre.
É e será um sinal, de que a vida passa. Assim como passamos.
Passamos como um rio, passamos como a correnteza, mas passamos.
Sim, com certeza, como aquela brisa sazonal, impelida pelo tempo.
E isso não vai acabar.