Lembranças comovidas

O poeta do vento leste

Diante do mar em rubro sol aceso

Leu para mim os seus poemas marítimos.

Sob os olhares dos líricos

Balcões da velha Macau.

Todavia, a presença das velas e dos sextantes,

Dos litorais de todas as distâncias macauenses,

Do sal, do sul, das luas que festejam suas salinas,

Ainda reverberam a luz de outras

Tardes de metais aos largos ventos.

São canções audíveis, são lembranças,

São mensagens aos amigos, tentativas de entendê-los;

Intertextualizados, redivivos pela linguagem

Rítmica do coração do poeta,

Onde o claro sino ainda se escuta;

As juremas em flor abrem as suas galharias

De encontro a um azul de outros dias.

E são imagens repetidas, vazantes luminosas,

Cata-ventos e velas brancas dos barqueiros

Que fazem a canção do poeta mais amena,

Nas ilhargas das lembranças comovidas.

Izan Lucena Lucena
Enviado por Izan Lucena Lucena em 02/06/2013
Código do texto: T4321539
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