Torrinha Branca

Enfim as salinas adormeceram a tristura,

Com Macau lá na ponta,

Chão de telha e torrinha branca.

Macau terá seus habitantes de sal,

Sal magnífico.

Sendo uma das indústrias

Em que mais se perde matéria-prima,

Essa perda nas terras salineiras

Do Rio Grande do Norte

É compensada pela facilidade

De cristalização do sal

Por causa da violência mucuda

Do sol e do vento

E a impermeabilidade do solo.

Das terras salineiras

Que a elas estão aforadas.

Mas que boniteza de salinas!...

Graças a Deus ainda não perderam

A sensação metafórica de Holanda

Que davam pros sabidos.

Os moinhos foram sendo substituídos

Por motores elétricos,

Menos visíveis na paisagem

Que pra logo ficara

Tão-somente sal e Sol,

Uma geometria em luz.

Nos baldes a água crespa,

Nos cristalizadores a larga quadra alvinha,

A reta da estrada, quilômetros!

No meio e as pirâmides brancas,

Branquíssimas quase todas,

Túmulos de ninguém,

5, 6, às vezes mais metros.

É uma maravilha.

Izan Lucena Lucena
Enviado por Izan Lucena Lucena em 15/05/2013
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