Saudade da Roça

Quando piso a terra quente da minha roça querida,

Sinto saudade no peito, dá vontade de chorar.

Fico triste com o que vejo, me ponho logo a lembrar...

Tá diferente, é verdade, mas ainda esta tudo lá!

Os morros, as cachoeiras, os caminhos e os gravatás,

As ladeiras, os riachos e as casas dos sabiás...

Desvio os olhos e vejo uma boiada a passar

Rédeas firmes, o boiadeiro canta alegre a boiar...

Eu me lembro logo daquele que um dia me fez sonhar

Um caipira cantante, o cantor do meu pensar...

E assim como na canção, eu só penso em voltar

Pro aconchego do sertão que tanto me fez sonhar

Pras minhas flores queridas que um dia pude plantar...

Ouvir o canto dos pássaros, bem cedo ao levantar

Beber a água da fonte, doce, limpa e cristalina...

Sentir o cheiro da terra quando fazem a capina

Sentar no fogão à lenha, pra aquecer, lá na cozinha

Depois bem cedo deitar para o frio espantar

Dormir bem enroladinha sob a luz da lamparina

Eu sinto muita saudade, fico sempre a recordar

Daquelas tarde tristonhas, tão belas e coloridas

Das chuvas bem prolongadas, das flores de margaridas

Do beija-flor que beijava minhas rosas distraídas

Brincava com os meus cabelos, dando-me as boas vindas

Fico alegre em pensar que um dia já fui criança

Éramos sim bem felizes!... Havia muita união

Essas lembranças tão doces me alegram o coração

Jamais irei esquecer-me desse pedaço de chão

Um lugarzinho pequeno, que um dia me viu crescer...

E ao mesmo tempo tão grande, não dá para esquecer

Sim... É dele que estou falando, desse canto preferido

Do “Capão” que era grande, inda hoje tão querido...

Maria Raquel de Oliveira Souza
Enviado por Maria Raquel de Oliveira Souza em 08/10/2012
Reeditado em 11/08/2016
Código do texto: T3922612
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