Recordações

Quisera eu saber lidar com a partida,

Ou quem sabe a despedida

E na mesma emoção

Compartilhar o medo e a ilusão.

Quisera eu não querer

Saber só da verdade

E na eternidade

Desvendar o mais amplo viver.

Quisera eu não procurar

Respostas para o mistério,

E saber como um espinheiro

Produz uma linda rosa,

E na loucura, medonha e formosa

Meus olhos se encerram,

Pois já não há mais prosa

Nem rouxinóis que se amam.

Também não há mais cochichos

Nem ao menos chegada,

Talvez sim, haja...

Quisera eu não ser homem nem bicho.

Já não há tanto medo...

Quisera não haver

Em mim tanto segredo

Que me invade e implode.

Também, quisera não haver

Tanta ilusão, nem tanta saudade,

Saudade do infinito

E por isso, tanto querer.

Mas, sim. Quero viver

Sentindo o tempo passar,

E se dilacerar sobre meus dedos,

E eu quero morar

Em saturno, ou em marte.

Porque já demorou

Este meu sofrer, e quero minha parte.

Agora é minha vez, tudo passou.

E hei de ser feliz (incondicionalmente),

Mesmo na aflição, dor ou perseguição,

Sem mesmo haver ilusão.

Hei de tornar a realidade...

Ao menos em minha mente!

01.12.03

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 08/04/2012
Código do texto: T3600856
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