ALGOZ

Algoz.

Guel Brasil

Hoje a maldade

Fazendo teia,

Veio acusar-me

Do que eu já fiz;

E acabei preso

Num emaranhado

Buscando um jeito

De ser feliz.

Ouvindo gritos

Em meus ouvidos

E vendo as sombras

Do meu passado,

Um manto negro

Cobriu minh’alma

E eu chorei triste

Desesperado.

Colhendo os frutos

Que me norteiam

Magoei os outros

Pelo que fiz,

Lembro das dores

Que eles sentiram

Dores sentidas

Que eu nunca quis.

Quando a tristeza

Desnorteia-me

Corro a esconder-me

Por entre as trovas,

Mas ouço gritos

Vindos de longe

E sufocados

Em suas covas.

A luz mortiça

Da vela ardendo

Quase apagando

No véu da noite,

Chispa fagulhas

Soltas ao vento

E ouço os estalos

Do meu acoite.

Vejo que a sorte

Me presenteia

Com tudo aquilo

Que eu tanto quis,

Não sinto mágoa

De quem me odeia

Nesse inferno

De idéias vis.

As mãos de Deus

Desfaz a trama

E a vida toma

Um novo matiz,

Num fio tão fino

Que a luz prateia

Onde o ser Supremo

É o meu juiz.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 08/03/2011
Código do texto: T2835100
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