Deus te abençoe!
Desde pequeno aprendi
Pedir benção a minha mãe
Ao depois que o sol se põe!
No momento de dormir.
Na doce terra natal
Onde passei minha infância
Era de suma importância
Esse gesto maternal
Trata de um costume antigo
Passado de mãe p’ra filho,
Que não maculou seu brilho
E nem jamais foi esquecido.
Lá naquele meu sertão
Onde mamãe bendizia
Eu – menino –, não dormia
Se não recebesse a bênção.
Sem mamãe me proteger
Eu começava inventar
Bichos para me pegar
Mal se punha a escurecer.
Cada qual o mais terrível
Que se possa imaginar,
Difícil de retratar
De tanto que era horrível.
De manso então levantava
E no quarto de mamãe eu ia
Dizer-lhe que não dormia
Tal o medo que eu estava.
Ela então me acalentava
Entre os seus braços de amor
Libertando-me do horror
Dos bichos que eu criava.
Ao depois me conduzia
Outra vez de volta ao leito
E apertando-me ao seu peito
Um pedido a Deus fazia.
Para que me desse a bênção
E do mal me protegesse,
Que nada me acontecesse
Sob a guarda de sua mão.
E nesse embalo eu dormia
Só pensando em coisa boa
E que ainda hoje povoa
Meu desejo de um bom dia.
Por isso, mãe, peço que ecoe
Ao quatro cantos do mundo
Meu pedido mais profundo
Para que Deus a abençoe!
Izaias Resplandes de Sousa é acadêmico de Direito UNICEN em Primavera do Leste, MT.