Uma menina em osa

Era a menina graciosa,

Que tinha cheiro de rosa.

Ela não era gulosa

E muito menos dengosa.

Andava de cor-de-rosa.

A cabeleira, lustrosa,

Dobrando-se, audaciosa,

Sobre os ombros, olorosa.

Era bastante amorosa

E também atenciosa.

Era muito audaciosa

E bastante talentosa.

Ia às roseiras viçosas,

Cortava as rosas cheirosas

Enchia os vasos, ciosa.

E sentia-se ditosa.

Mas a bichana Briosa,

Alegre, porém ansiosa,

Pulou na mesa, garbosa,

Quebrou a peça argilosa.

Arrepiou-se dengosa,

Vendo a dona furiosa,

Que, embora bem pesarosa,

Mostrou-se até amistosa.

A menina e a Briosa,

Antes até suspirosas,

Abraçaram-se, orgulhosas,

Da amizade calorosa.