FALÁCIAS DESNUDAS

Vejo os sonhos se extirpando

Jogados na contraluz

De um lugar na penumbra

Cuja sombra da cumeeira

Desenha arestas estranhas

Mas não obstante

Teimam em dançar nas paredes

Quantos vão morrendo

A cada dia

Perdidos sem esperanças

Ou calcados numa mentira

De um sufrágio indolente

Que arrasta incautos

Atrás de um falso brilho

Sem calor e sem cor

Sinótico, caótico, hipnótico

Descem ladeiras abaixo

Pensamentos aos borbotões

Trombalhões, trapalhões

Abram os olhos

Agucem os ouvidos

Estendam as mãos

A verdade ostentada

Calcada na doçura

Aí está à mercê

Do coração faminto

Sedento por vida

Descubram os olhos

Liberem os ouvidos

Estendam as mãos

Enquanto ainda se pode!