Asas serenas

Asas serenas,

Palavras amenas,

Sonhos pequenos,

Tudo e nada,

Asas quebradas,

Palavras sufocadas,

Sonhos desfeitos,

Tudo e nada,

Asas que não podem voar,

Palavras, que não sabem falar,

Sonhos que não podem se realizar,

Tudo e nada,

Asas, sem liberdade,

Palavras, que silenciam as vontades,

Sonhos, que não sonham, por sonhar...

Tudo e nada...

Agora, asas que param no céu,

Palavras, que não se traduzem,

Sonhos, que não vêem luzes,

Tudo e nada,

Neste regresso, de todo o infinito,

Onde as asas, são pássaros feridos,

Onde as palavras, são buscas aflitas,

Onde sonhar é acordar, sem lembranças...

Agora, nesta reflexão,

Vejo corações, sem coração,

Alegrias, sem o ar puro do pulmão,

Vejo vulcão, implodindo a terra

Com suas lavras quentes em gotas de lágrimas,

Ouço murmúrios, de mortos que não se foram,

E quero entoar minha canção,

Nas sombras do ódio deste vulcão,

Quero ser livre, para não viver as mesmas coisas,

E ser forte, para esquecer o que se foi,

E agora, caminho tranquila,

Por todo o resto da minha vida,

Para dizer que este funeral de lembranças,

São apenas, séculos de muitas infâncias...

Asas, são asas,

Palavras, são palavras...

E os sonhos, ainda sonham...

Del Dias
Enviado por Del Dias em 25/04/2008
Código do texto: T961378
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.