Em um barco para o além
Em um barco para o além,
duas moças conversavam
sobre como foram renegadas.
Então decidiram se afastar da sociedade.
Sempre ouviram o constante ruído
das pessoas reclamando.
Não entediam o porquê.
Fizeram amizade com o barqueiro.
Viram flores de lótus no azul do mar.
Viram coisas que jamais esqueceriam,
ainda assim eram melhores que a mentira.
Na rua dos lamentos a escuridão as tomou.
Resolveram agir.
Não se conheciam,
tornaram-se amigas na viagem.
Nas viagens.
Nas serpentes que interligam-se pelo mar.
Admiraram-se com a cauda.
Assustaram-se com a boca.
Não sabiam bem onde estavam,
não estavam confusas como antes.
Sentiram paz.
Sentiram medo.
Nada importava.
Não havia segredos.
Era um novo antigo.
Um lugar obscuro
com uma obsoleta sensação.