Poesia de além-vida

Lembra-se meu amor?

De como nos conhecemos?

Aquela manha de calor

Acho que é desses momentos que nunca esquecemos

Impossível não crer no destino

Suas doces artimanhas

E seu jeito inconsequente de menino

O acaso não é capaz de tais façanhas

Uma trombada

Seus cadernos ao chão

Você me deu aquela olhada

Engoliu fundo aquele sonoro palavrão

Enquanto pegava no chão os cadernos

Sem você perceber lhe escrevi um verbete

Meu telefone e um recado terno

“Posso lhe pagar um soverte?”

Fomos embora

Eu apaixonado e você nervosa

E a resposta veio com certa demora

“Tudo bem garoto, aceito seu sorvete”

– Veja que menina manhosa

Aquele sorvete, os nossos encontros ganharam outro significado

Conversas repletas de um doce mistério

Você se apaixonou pelo meu jeito atrapalhado

Eu pelo seu jeito sério

Namoro à tarde, coberta e um filminho

Horas de conversas a noite, daquelas se deseja que dure uma eternidade

O sexo não era só carne, mas repleto de carinho

Quem olhasse, veria que tinha algo de incomum em nossa felicidade

Foi quando, sem a melhor explicação

Minha visão começou a clarear

Uma dor veio em meu coração

Meu momento de partir – Estava na hora de zarpar

Lágrimas cobriam seu olhos aqui nesse mundo

Enquanto eu chegava lá nos campos verdes do além-vida

Eu queria entender, apenas por um segundo

Porque estava sentido aquela alegria – Tão sofrida

Eu te visitava todos os dias

Nos momentos tristes te consolava

E me regozijava em suas alegrias

Sua luz resplandecia em mim – Isso me reconfortava

E mesmo se outra pessoa, por esses lados você conhecer

E vocês acidentalmente começarem a namorar

Meu amor, eu não vou me entristecer

Amor de verdade é saber esperar

Vou estar aqui, caminhando nos campos verdejantes

Com aquele sentimento sempiterno

Esperando você chegar a qualquer instante

Esbarar em você – Derrubar o seu caderno

Luan dos Santos
Enviado por Luan dos Santos em 16/10/2016
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