Krishna
Aquele menininho, como pode ser tão lindo?
Olhando as frutas em amostra na vendinha
Tomado por um desejo verdadeiro e infindo
O que se passava em sua cabecinha?
Eram tâmaras, morangos e amoras logo adiante
Laranjas, maçãs, e a framboesa? Parecia tão docinha
Os olhos do menininho cor de Lótus, brilhantes
Desejava aquelas frutas como uma súplica do seu querer
Aqueles olhinhos brilhavam como o mais belo diamante
Três anos apenas, inocente do comprar e do vender
Lembrou-se da mãe que fazia trocas de frutas com sementes
Pegou um cadim de semente na mão e começou correr
Uma mãozinha tão delicada, o corpo mais lento que a mente
Corria desajeitado deixando as sementes cair no chão
Chegou até a vendedora, olhando-a, parou na sua frente
Chegou feliz e para a vendedora abriu aquela delicada mão
Já não tinham quase nenhum dos grãos que trazia
Ela comovida, achando-o lindo, catou grão por grão
Nunca vira um menino lindo assim, o olhar dele reluzia
Sentiu um amor tão profundo, uma inocência tão bela
Acabou dando as frutas que o menininho tanto queria
Viu o menino correndo feliz com as frutas pela cidadela
Até vê-lo sumir da paisagem onde os olhos alcançavam
Quando voltou a si e viu sua vendinha para a surpresa dela:
No lugar das frutas doadas - joias raras a venda enfeitavam.
25/08/2016