A Barca

Seguia a barca descendo

Tão suave e mansa no rio.

Sobre correnteza tranquila ao relento

Rompendo a garoa e o frio.

Seu misto de traços antigos

É um chamado a inevitável mergulho.

É um nado às memórias com brilho.

Ou ao passado mais obscuro.

Aos costados com a agua fria,

De um azul escrupuloso e celestial.

Reflete o sol com sabedoria.

em seu contorno à provençal.

Querida barca se soubesses

Quão serena ainda rimas com a natureza.

Nos desgastes de musgo e lodo.

Ainda sim combinas com o todo

Encantando com destreza.

Mas retorna à calmaria da margem.

Onde a fresta solar ladeia.

Por entre as folhas e galhos desfila

Como talentosa bailarina.

Que às emoções presenteia.

Tens um caso de amor com o rio

Impossível de não se admirar.

E assim, casados, ao arrepio.

És moldura como nunca se viu

E não tens inveja do mar.

Pequena barca azul turquesa

Quanta história tens a contar

Sois uma criação pra lá de bela

Que inspira quanto mais velha

Aos que te sabem apreciar.

Pequena musa humilde inspiração.

Que as águas não te venham querenar.

Repouse ao leito do rio dos poetas.

Contra a areia que te completa.

Fazendo-se admirar.

Glauco Medeiros
Enviado por Glauco Medeiros em 02/03/2016
Reeditado em 02/03/2016
Código do texto: T5561072
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