Vamos, mestre, para Canaã
(Uma criança resolveu morrer de mentirinha
Ela ficou séculos completamente sozinha
Seu coração pequeno parou de bater
Então as pessoas deixaram-na a mercê
Ela ficou esperando toda a neve descongelar
Para então seu pequeno corpo acordar)
Ruas frias da cidade de Canaã
Mostre-me o que eu não pude ver!
Quando o relógio parou para mim
E Deus lá fora não quis sorrir
O sangue que derramaram na neve
Veio das batidas de meu coração
Uma canção saída de minha voz
E eu saído de baixo do gelo
Vamos, mestre, para Canaã
Nenhum anjo para me guiar
Nenhum coração para lamentar
Nenhuma fé para desperdiçar
Vamos mestre para Canaã
Uma canção saída de minha voz
Uma bala saída da guerra
E eu saído de baixo do gelo
A lua olhou para mim de longe
Em sua boca também havia sangue
Nenhum anjo para me guiar
Nenhum sol para clarear!
Passos duros contra a vida
Dedos duros contra a harpa
Nenhuma asa para me erguer
Alma na rua que ninguém vê!
Vamos, mestre, para Canaã
Nenhum morto para me salvar
Nenhuma lua para iluminar
Nenhum caminho para andar!
Vamos, mestre, para Canaã
Se é de lá que você vem
Se é de lá que vem o amor
Se é de lá que vejo o além
Vamos, mestre, para Canaã
Nenhum anjo para me guiar
Em Canaã eles ainda ouvem
As batidas do coração perdido
E no deserto de Stalingrado
Meu sangue colore a neve.
Vamos, mestre, para Canaã
Um artista em meus dentes
Um pianista em meus dedos
Uma criança em meu corpo
Vamos, mestre, para Canaã
Ouvir o vento uivar para nós
Ouvir a risada entrar em nós
Ouvir a vida voltar para nós!
Mas, onde está você, mestre?