Vamos, mestre, para Canaã

(Uma criança resolveu morrer de mentirinha

Ela ficou séculos completamente sozinha

Seu coração pequeno parou de bater

Então as pessoas deixaram-na a mercê

Ela ficou esperando toda a neve descongelar

Para então seu pequeno corpo acordar)

Ruas frias da cidade de Canaã

Mostre-me o que eu não pude ver!

Quando o relógio parou para mim

E Deus lá fora não quis sorrir

O sangue que derramaram na neve

Veio das batidas de meu coração

Uma canção saída de minha voz

E eu saído de baixo do gelo

Vamos, mestre, para Canaã

Nenhum anjo para me guiar

Nenhum coração para lamentar

Nenhuma fé para desperdiçar

Vamos mestre para Canaã

Uma canção saída de minha voz

Uma bala saída da guerra

E eu saído de baixo do gelo

A lua olhou para mim de longe

Em sua boca também havia sangue

Nenhum anjo para me guiar

Nenhum sol para clarear!

Passos duros contra a vida

Dedos duros contra a harpa

Nenhuma asa para me erguer

Alma na rua que ninguém vê!

Vamos, mestre, para Canaã

Nenhum morto para me salvar

Nenhuma lua para iluminar

Nenhum caminho para andar!

Vamos, mestre, para Canaã

Se é de lá que você vem

Se é de lá que vem o amor

Se é de lá que vejo o além

Vamos, mestre, para Canaã

Nenhum anjo para me guiar

Em Canaã eles ainda ouvem

As batidas do coração perdido

E no deserto de Stalingrado

Meu sangue colore a neve.

Vamos, mestre, para Canaã

Um artista em meus dentes

Um pianista em meus dedos

Uma criança em meu corpo

Vamos, mestre, para Canaã

Ouvir o vento uivar para nós

Ouvir a risada entrar em nós

Ouvir a vida voltar para nós!

Mas, onde está você, mestre?

JHM
Enviado por JHM em 26/03/2010
Código do texto: T2160863