Depressão a prisão da anti-vida

A vida perdeu sua cor e seu respectivo valor

A comida deixou de ter sabor e insossa se tornou

Alegria cedeu lugar ao pavor acompanhado de temor

O sol apenas aquece e não brilha

A lua deixou de externar seu encanto na rotina

As flores não se destacam no jardim, assim como as crianças pararam de sorrir

Sinto a vida esvaindo pelas mãos, tento segurá-la mas o movimento é em vão

Ouço as fracas batidas do coração, respiração ofegante e corpo sem ação

Vejo falecer toda e qualquer motivação

Dando lugar ao marasmo e desânimo

Elevando todo pranto na forma da síndrome do pânico

Como uma prisão invisível

Essa sensação de anti-vida é infalível

Muitas das vezes incompreensível

No entanto letal e totalmente previsível

É estar num mundo sem amigos, vivendo sem algum motivo

Não se emocionar com algum mimo e o almoço de domingo

Não almejar nenhum carinho

Tornando-se completamente incompreendido

Se comportando como um ser desprezível

Sem se importar com o próprio umbigo

Despindo-se de todos os sonhos e planos

Se render e perder para seus próprios conflitos

Oh! Cruel prisão da anti-vida

Abstrata porém bem ativa

Com portas fechadas e trancadas

Difícil de ser aberta e arrebentada

Por: Saulo Rodrigues

Saulo Rodrigues MG
Enviado por Saulo Rodrigues MG em 18/11/2023
Reeditado em 02/12/2023
Código do texto: T7934295
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