Tenuidade das Despedidas

Nas asas da tristeza profunda,

Meus pensamentos vagueiam sem rumo.

A cada dia que passo, uma despedida,

A certeza incerta do tempo na vida.

Me afasto, lentamente, das almas queridas,

Pois a incerteza paira nas horas perdidas.

Não sei até quando estarei aqui presente,

O futuro me escapa, desafiando a mente.

A cada sorriso que se esvai no horizonte,

Uma lágrima teimosa escorre na fonte.

Despedidas silenciosas, abraços ausentes,

Os momentos preciosos tornam-se urgentes.

A vida, como um rio que segue seu curso,

Leva-me em suas águas, com seu duro recurso.

E no caminho incerto, a solidão se instaura,

Como uma sombra sombria, escura e impura.

As palavras não encontram consolo em mim,

O tempo escasso rouba a voz, sem fim.

E assim, num abraço frio, vago e sozinho,

A tristeza profunda enlaça o meu caminho.

Mas, mesmo na escuridão, sinto um lampejo,

Uma chama tímida, um fio de desejo.

Amar cada instante como se fosse o último,

Abraçar com intensidade o presente exausto.

Pois mesmo que o tempo me leve para além,

Deixarei minha marca, um legado também.

E, ainda que a tristeza dance em minha alma,

Encontrarei forças para enfrentar essa calma.

Assim, enquanto o coração ainda pulsa,

Viverei cada dia, mergulhado em minha busca.

E mesmo que o destino seja desconhecido,

Deixo um rastro de amor, um poema sentido.